Linhas de Ação

Conhecendo as três linhas de ação do Projeto

São elas:

(a) Fortalecimento e estruturação. Desenvolve mecanismos e ferramentas que permitam reconhecer e fortalecer a contribuição das Terras Indígenas (TIs) à conservação de recursos naturais, biodiversidade e dos serviços ambientais desenvolvidos;

(b) Rede Experiências e Etnogestão. Visa consolidar uma rede de experiências destinadas à conservação em TIs que seja efetivamente administrada pelos povos indígenas;

(c) Modelos de Gestão Florestal. Implementa áreas de referência em TIs com atividades de gestão florestal sustentáveis e replicáveis, baseadas em princípios de etno-gestão e a serem implementadas em TIs selecionadas em diferentes biomas florestais.

A lógica do projeto é que as atividades implementadas nas regiões sejam precedidas por um levantamento ou diagnóstico, feito com o apoio do Núcleo Regional e validado por seu conselho. Da mesma forma, todas as atividades realizadas nas TIs serão precedidas por reuniões de esclarecimento e oficinas de planejamento. Algumas ferramentas essenciais neste processo são os métodos participativos, como o etnomapeamento, que é a confecção de mapas que mostram os recursos naturais da TI, seus usos e sua situação, feitos pelos membros das comunidades.

Essas atividades têm como objetivo ajudar e apoiar as comunidades na elaboração de etnozoneamento, que consiste no uso das informações do etnomapeamento para fazer o diagnóstico e planejamento para a gestão ambiental e territorial da TI, com o protagonismo e a participação direta dos povos e comunidades, respeitando os usos tradicionais dos recursos naturais e da paisagem, e promovendo a sua autonomia. Em algumas TIs, como a TI Mamoadate (AC) e Terras do Oiapoque (AP), esses trabalhos já estão em curso. Portanto a ideia agora é consolidar essas experiências, para que esses métodos e ferramentas possam ser apropriadas por outros povos indígenas.

O projeto entende que a gestão ambiental e territorial das TIs é inteiramente relacionada à organização social, portanto não é um processo de cima para baixo, mas sim, uma construção dos próprios povos indígenas, que precisam adaptar as ferramentas propostas para cada realidade regional. Fundamental nesse processo são a mobilização e articulação feita pelas organizações indígenas, que devem ser fortalecidas para exercer essa contribuição ao projeto.