1 de julho 2014

Projeto GATI fortalece suas parcerias para ações em Terras Indígenas do Nordeste

O Projeto GATI (Gestão Ambiental e Territorial Indígena – PNUD/GEF/Funai) iniciou uma série de ações para as áreas de referência do seu Núcleo Regional Nordeste 1. No final de abril (2014), reuniões de planejamento entre parceiros e indígenas, marcam o começo dessas atividades.
Josecy (pajé) e Luiz Pereira Potiguara (técnico da CTL/Funai- Baía da Traição), durante elaboração de projetos com base no etnomapeamento (18/04/13). Foto: ©Isabel Modercin/Projeto GATI

As ações fazem parte de uma parceria do Projeto GATI, por meio da Fundação Nacional do Índio, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environmental Facity (GEF) e a organização não governamental Centro Sabiá (Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá)- especializada em trabalhos de agroecologia no Nordeste brasileiro. A parceria foi consolidada em março de 2014 e visa fortalecer as iniciativas de agricultura florestal e agroecológica em comunidades indígenas de parte das áreas de referência do Projeto. Visa ainda estabelecer uma perspectiva de continuidade dessas atividades, a partir da formação de jovens indígenas como multiplicadores das práticas agroecológicas. Por meio de ações como essa, o Projeto GATI vem contribuindo para o desenvolvimento de uma estratégia piloto de implementação de modelos de gestão florestal sustentáveis e replicáveis, tendo como base os princípios de etnogestão ambiental em Terras Indígenas realizada por povos indígenas.

As áreas de referência para essas atividades são as TIs Potiguara (povo Potiguara), TI Entre Serras (povo Pankararu) e TI Kiriri Araça (povo Kiriri). E outras áreas como as dos povos Truká Cabrobó, Truká Papera, Xucuru Cariri, Pankararé, Atikun Rodelas, Tuxá Banzaiê e Tumbalalá-também foram escolhidas como estratégicas para ações de intercâmbio e formação.

Planejando as ações

Entre os meses de abril e maio, aconteceram duas reuniões de planejamento de atividades para pactuar as responsabilidades de cada parceiro, incluindo também a participação das comunidades indígenas. Foi estabelecido também um cronograma de execução das atividades, que se configuraram em: oficinas de SAFs (Sistemas Agroflorestais); intercâmbios de/entre indígenas e propriedades de agricultores agroecológicos; visitas técnicas para acompanhamento de projetos; construção de viveiros para produção de mudas e formação de jovens indígenas que vão atuar como agentes multiplicadores de atividades agroflorestais.

A primeira reunião foi na Baía da Traição (PB) em 28 a 30/04, e envolveu as TIs Potiguara de Monte Mor e Jacaré de São Domingos. Além das lideranças indígenas e OIP (Organização Indígena Potiguara), também estiveram presentes representantes das CTLs (Coordenações Técnicas Locais) da Funai de João Pessoa, Baía da Traição, APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), técnicos do Centro Sabiá e Projeto GATI. A seleção das comunidades participantes foram orientados pelos indígenas e Funai. A estratégia adotada foi de envolver e potencializar iniciativas já em andamento como os microprojetos do GATI nas aldeias Jaraguá, Três Rios e São Francisco; o trabalho de educação ambiental nas escolas; a fábrica de polpa de frutas recentemente ativada, depois do intercâmbio promovido pelo GATI à Fruta Sã, em Carolina (MA). As outras ações foram orientadoras a partir das demandas levantadas no Etnomapeamento das TIs Potiguara (saiba mais) realizado em 2011.

O segundo encontro de planejamento aconteceu em Paulo Afonso (BA), nos dias 7 e 8/5 e estabeleceu atividades para a TI Entre Serras (PE) e Kiriri Araça (BA) e as outras áreas indígenas envolvidas. Na ocasião estiveram presentes lideranças indígenas, Coordenação Regional da Funai do Baixo São Francisco, técnicos do Centro Sabiá e a consultora regional do Projeto GATI, Isabel Modercin.