19 de fevereiro 2014
Projeto GATI apoia indígenas Bakairi na produção de adubo orgânico
Um dos propósitos do Projeto GATI é adotar uma estratégia piloto de gestão em Terras Indígenas por Povos Indígenas para a conservação efetiva e o uso sustentável da biodiversidade, e assim apoiar atividades onde os indígenas possam vivenciar de fato a prática da gestão ambiental. Neste sentido, os povos da Terra Indígena Bakairi, ao elaborar suas propostas para a gestão ambiental, estabeleceram como meta, a produção de mudas para a recuperação das áreas degradadas encontradas no seu território. Para atingir esse objetivo, um dos passos primários é a produção do adubo para ser utilizado no cultivo das plantas. Assim, o Projeto GATI e as comunidades bakairi, organizaram uma oficina para a implantação de uma composteira e produção de biofertilizante para a região. A oficina também contou com a parceria da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e a Secretaria da Superintendência Indígena do Governo do Estado do Mato Grosso. O evento aconteceu de 05 a 08 de novembro de 2013, na aldeia Paikum (TI Bakairi), área de referencia do Projeto GATI no Núcleo Regional Amazônia Cerrado. Participaram aproximadamente 30 indígenas representando as aldeias que compõe a referida TI. Os Bakairi da vizinha TI Santana, também estiveram presentes.
A oficina foi ministrada pelo professor João Batista, do Departamento de Agronomia da UFMT, campus de Cuiabá; pela colaboradora do Projeto GATI, Márcia R. A. Maciel e pela a servidora da FUNAI/CR Cuiabá, Hilda Maria. Além de palestra, a oficina contou com atividades práticas e distribuição de exemplares de publicações voltas à agroecologia e produção de adubo orgânico. Também foram abordadas questões de adubação verde* e distribuição de sementes de crotalária e mucuna, feijão de porco (plantas usadas para adubação verde) e caju anão (frutífera).
Produzindo adubo orgânico
A compostagem é um processamento biológico onde microrganismos transformam a matéria orgânica como as folhas e restos de alimentos, numa substância semelhante ao solo, chamada de composto e que pode ser usado como adubo. A compostagem ocorre na composteira, cujos formatos são diversos. No caso dos bakairi foi feito uma pilha com as várias camadas de substratos, tais como esterco de boi curtido, folhas secas, folhas verdes de leguminosa, fosfato (pó), serragem e ainda resíduos de cozinha, como cascas de frutas e mandioca. Atualmente, os bakairi estão aguardando o tempo necessário para a obtenção do adubo, que é de aproximadamente 3 a 4 meses. Este tempo de espera pode se alterar conforme as condições climáticas da região. Os Bakairi também aprenderam a produzir biofertilizante (adubo líquido), a partir da mistura de esterco fresco de boi e água.
O biofertilizante é um subproduto da biodigestão de matéria orgânica que contém nutrientes importantes para o bom desenvolvimento das plantas. Para a produção desse tipo de adubo, a oficina ensinou como utilizar utensílios simples e baratos, fáceis de serem encontrados nas aldeias bakairi.
Veja AQUI o registro fotográfico da oficina, feito por Márcia R. A. Maciel, colaboradora do Projeto GATI para região.
Saiba mais:
O que é *adubação verde?