12 de agosto 2014

Uma das áreas de referência do Projeto GATI (Gestão Ambiental e Territorial Indígena - GEF/PNUD/Funai), a Terra Indígena (TI) Ava-Guarani de Oco'y, com 231 hectares, está localizada na região sudoeste do Paraná, às margens do lago da barragem de Itaipu, e é  habitada por pouco mais de 700 indígenas da etnia Guarani. Nesta TI, o projeto vem promovendo iniciativas que integram o uso sustentável do solo, a produção de alimentos de qualidade, o resgate e valorização de espécies tradicionais, a segurança alimentar e a comercialização dos excedentes, em parceria com a Coordenação Regional Interior Sul da Fundação Nacional do Índio, da APROSMI – Associação dos Produtores e Pecuária Orgânica de São Miguel do Iguaçu e da Prefeitura Municipal de São Miguel do Iguaçu (PR).

As ações combinam oficinas e viagens de intercâmbio que se integram ao desenvolvimento de dois microprojetos na TI, sendo estes: “Apoio à implantação de pomar agroflorestal” e “Agrofloresta para segurança alimentar e recuperação de áreas degradadas". Em novembro de 2013, essas iniciativas foram apresentadas no VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia, em Porto Alegre (RS), evento no qual indígenas e técnicos parceiros das três áreas de referência do GATI na região sul (Ibirama, Mangueirinha e Ava-Guarani de Oco'y) conduziram a oficina “Resgate e valorização de sementes tradicionais indígenas”.

As oficinas de agroecologia na TI contaram com a participação de jovens e crianças, além de adultos, mulheres, lideranças.  A primeira delas, realizada em dezembro de 2013, teve como tema a “Implantação de quintais agroflorestais”. O técnico Adelar Oliveira (da APROSMI) ministrou oficina que envolveu visita técnica a duas propriedades da região que trabalham com agroflorestas. Esta atividade marcou o inicio dos microprojetos na TI, cujos envolvidos passaram a fazer a mobilização de outros indígenas em ações relacionadas.

Participantes da oficina de quintais agroflorestais, realizada em dezembro de 2013. Foto: ©Rosa Villanueva/Projeto GATI

Em junho e julho de 2014 foram realizadas duas oficinas que trataram de implantação de hortas “mandala” e visaram envolver um número maior de famílias nas atividades. Os técnicos Luciano Acker, Renan Campos e Adelar Oliveira (APROSMI), conduziram as oficinas, e além das atividades práticas, formaram equipe composta por lideranças, indígenas dos microprojetos e consultora regional do GATI para visitar as famílias participantes. Um tema que foi transversal em todas as atividades foi o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal, no qual as famílias de Oco'y se destacam por atuarem também como beneficiárias e fornecedoras de alimentos.

Jovens, crianças e lideranças indígenas participam das oficinas de horta de "mandala". Foto: ©Renan Campos

Participantes das oficinas de horta de "mandalas". Foto: ©Renan Campos

SAIBA MAIS

O que são hortas de "mandala"?

Mandala vem do sânscrito e significa “sagrado” ou “ círculo mágico”.  A horta mandala tem formato circular e segue os princípios da agricultura ecológica, com uma diversidade de plantas e uso de fertilizantes orgânicos, assim aproveitando melhor o espaço e economizando água.