8 de outubro 2014
Agência Brasileira de Cooperação visita atividades do Projeto GATI na TI Ibirama (SC)
Entre os dias 21 a 23/09, os Xokleng da Terra Indígena (TI) Ibirama em Santa Catarina, receberam técnicos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Tânia Márcia Jardim e Welton Rocha Filho, acompanhados por técnicos do Projeto GATI (Gestão Ambiental e Territorial Indígena - GEF/PNUD/Funai), sendo estes a consultora regional Rosa Villanueva e Fernando Moretti, coordenador de gestão. A Coordenação Regional Litoral Sul da Funai, que apoia as atividades do Projeto na TI, também esteve presente.
A ABC integra a estrutura do Ministério das Relações Exteriores e tem como atribuição supervisionar os programas e projetos de cooperação técnica firmados pelo Brasil com outros países e organismos internacionais. Sendo o GATI um projeto de cooperação técnica entre o GEF (Global Environment Facility), PNUD e Funai, a visita da equipe da ABC teve por objetivo conhecer as atividades desenvolvidas na TI, que é umas das áreas de referência do GATI, como parte dos subsídios necessários para a revisão de meio termo (saiba mais AQUI) e o pedido de prorrogação do Projeto. A equipe também participou do “Centenário do Contato”, evento que relembrou os 100 anos de integração do povo Xokleng ao mundo dos não índios.
Conhecendo os microprojetos de Ibirama
Um dos focos da visita foi conhecer de perto as experiências de microprojetos para a conservação da biodiversidade desenvolvidos em Ibirama. O primeiro visitado foi o “Apoio ao viveirismo para produção de mudas nativas”, coordenado pelo indígena Adilson José, da aldeia Toldo. Este microprojeto produz mudas de juçara, canjerana, banana do mato, cedro, figueira, gabiroba e outras. A ação também visa repovoar a juçara nas áreas de floresta da TI.
Os dois outros microprojetos foram: “Implantação de Agrofloresta demonstrativa”, de responsabilidade de Kuzung Nuclê, e o “Agente comunitário para cuidado de SAFs na aldeia Bugio”, que é coordenado por Anania Klendô. Este ultimo tem parceria com COMIN (Conselho de Missão entre Povos Indígenas da Igreja Luterana) e o Instituto Federal Catarinense. Estes microprojetos visam o desenvolvimento sustentável, com geração de renda e garantia da soberania alimentar, além de reflorestamento com árvores nativas e conservação dos ecossistemas.
Para Fernando Moretti é evidente a contribuição dessas iniciativas para a conservação da biodiversidade na TI. “Os microprojetos são ferramentas muito eficientes para que os próprios indígenas possam manejar ações práticas como o reflorestamento e o desenvolvimento de Sistema Agroflorestais (SAFs), que permitem aumentar a cobertura vegetal, ao mesmo tempo em que garante a geração de renda de modo sustentável”, disse.
O Centenário do Contato
A equipe de visitantes também participou das atividades relacionadas ao “Centenário do Contato” realizadas no entorno da Barragem Norte. A programação contou com palestras dos anciões, desfiles, encontro de mulheres, debates sobre a história e os problemas enfrentados pelo povo Xokleng.
Na ocasião, a consultora Rosa Villanueva falou da contribuição do Projeto com a gestão ambiental e territorial indígena da TI. Também foi apresentando, em banner, a primeira versão do “Mapa da Memória Xokleng” elaborado pelo grupo da Cartografia Social com apoio do Projeto GATI, que mostra a situação de Ibirama antes da implantação da Barragem Norte, há mais de 35 anos, que impactou o território Xokleng. O mapa é o primeiro de uma série e se configura num importante instrumento que vai apoiar a gestão ambiental da TI (saiba mais AQUI).