Terra Indígena Xambioá

Ficha Técnica

Nome
Terra Indígena Xambioá
Objetivo
Modalidade
Manejo/criação de fauna
Principais Atividades
- Plano de Trabalho de Proteção Territorial - em curso. - Projeto de Cerâmica: Intercâmbio cultural entre Karajá do Sul e do Norte. Fundação Cultural e FUNAI. - Projeto Pirarucu. Tanque para engorda com objetivo de consumo e comercialização. Núcleo de Pesquisa e Conservação da Flora e Fauna Silvestre. - Manejo Sustentável da Tartaruga da Amazônia pelos índios Karajá.
Resultados
Mecanismos
Instrumento(s)
Bioma(s)
Cerrado
Etnia
Guarani Karajá
Entidade executora
Entidade financiadora
Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
Organização indígena Iraru-Mahadu
Comunidades envolvidas
Xambioá, Kurehê, Wari-Lyty, Hawa Tymara.
Contato
Palavras-chave
manejo, Cerâmica

História

A T.I. sofre pressão de não indígenas, que realizam atividades ilegais de pesca e caça. Colônia de pescadores interferem na área indígena com impacto sobre as tartarugas na época da desova. Os indígenas demandam parceria para construir um "acordo de pesca". A caça ilegal é realizada por não indígenas com maior intensidade entre julho e setembro. Há previsão de construção da UHE Sta. Isabel, situação que se refletirá negativamente sobre a T.I. que fica às margens do rio Tocantins, local onde é realizada agricultura tradicional dos Karajá. As propriedades vizinhas, não conservam os 30% de vegetação nativa prevista no Código Florestal como Reserva Legal, havendo, inclusive, casos de desmatamento de Áreas de Proteção Permanente. Há constante invasão de gado, pertencentes à fazendeiros vizinhos, no interior da T.I.

A T.I. Xambioá faz limite com trecho relativamente piscoso do Rio Araguaia, possuindo alguns córregos sazonais em seu interior. A maior parte de seu território é composto por vegetação nativa, muito alterada, pela retirada seletiva de madeira pelos próprios indígenas, fato que levou muitas espécies, como o mogno, a processo de extinção na Terra Indígena. Os incêndios florestais caracterizam outro problema ambiental. Nos últimos dois anos ocorreram incêndios na Terra Indígena, devido a queima descontrolada para a renovação de pastagem. Não se tem uma solução adequada para os resíduos sólidos, sendo estes queimados nos quintais das moradias. A prefeitura disponibilizou tonéis e sacolas para a coleta seletiva, mas nunca disponibilizou veículo para o recolhimento dos mesmos.Há desmatamento nas margens do rio Araguaia e na época de chuvas ocorre assoreamento. Se faz necessário um plano de reflorestamento e prevenção ao fogo.
Somente alguns anciãos dominam a línga Karajá Iny Rybé, havendo um projeto de revitalização da cultura. Praticam a Festa do Peixe. Cada aldeia possui um cacique, que recebe auxílio da prefeitura para exercer papel de representante indígena no município. Grande parte dos indígenas recebe algum tipo de benefício ou salário, já que, muitos são funcionários públicos. A alimentação principal é composta por peixe e farinha de puba. Também alimentam-se de tartaruga-da-amazônia, arroz e feijão, além de alimentos industrializados. Os indígenas apreciam muito a carne de queixada, animal que sofre um declínio populacional devido a caça. Também realizam a caça da anta. Poucos cultivam a tradição da roça de toco, que é inviabilizada pela população de catetos. Há um posto de saúde na aldeia Kurehe e dois agentes de saúde. Todas as moradias possuem energia elétrica, água de poço artesiano, e o saneamento é feito por fossa. Os Karajá de Xambioá são um dos povos que mais possui estudantes universitários no estado do Tocantins.

Depoimentos