Terra Indígena Waiãpi

Ficha Técnica

Nome
Terra Indígena Waiãpi
Objetivo
Modalidade
Segurança alimentar
Principais Atividades
Resultados
Mecanismos
Instrumento(s)
Plano de Gestão
Bioma(s)
Amazônia
Etnia
Waiãpi
Entidade executora
Entidade financiadora
Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
Associação dos Povos Indígenas Waiãpi do Triângulo do Amapari APIWATA; Conselho das Aldeias Wajãpi APINA; Conselho das Aldeias Wajãpi
Comunidades envolvidas
Açaizal, Akaju, Akarary, Aramirã II, Aruwã´Yty, Cachoeirinha, Cinco minutos, CTA, Jakare, Jakare´Yty, Jakareãkãgoka, Jakarary, Karavovõ, Kupa´u, Kuruaty, Manilha, Mariry, Mukuru, Najaty, Okakai, Okora´Yry, Pairakae, Piauí, Rio Felício, Pikia, Pinoty, Purakenupã, Pypyny, Tabokal, Tajau´Ywyry, Tapi i Kawarary, Ysingu, Ytape, Ytawa, Ytuwasu, Yvyrareta, Yvytõtõ.
Contato
Palavras-chave

História

A T.I. Waiãpi situa-se nas bacias dos rios Amapari e Jari. Trata-se de uma área onde os Waiãpi tem assentamentos dispersos, mas em áreas de ocupação contiguas. O tipo de invasão da área indígena, que não resultava na instalação definitiva dos colonos ( garimpeiros) , permitiu aos Waiãpi, recuperar as terras provisoriamente invadidas. Assim, há 10 anos todas as áreas tradicionais permaneciam ocupadas com aldeias e roças. Durante os primeiros anos da década de 70 o contato com os garimpeiros voltaria a atingir maior amplitude, afetando praticamente todas as aldeias Waiãpi. É importante ressaltar que todas essas áreas de garimpo, além das mais recentes, continuam até hoje sendo invadidas, apesar da presença da FUNAI na área. As últimas décadas também representaram para os Waiãpi uma fase de intensos contatos intra e intertribais: com os Waiãpi da Guiana Francesa, os contatos foram sempre escassos, mas retomaram certa regularidade nas décadas de 40-60; os motivos das viagens para a região fronteiriça era essencialmente de trocas, afim de obter mercadorias, que em outras circunstâncias conseguiam com balateiros e gateiros. Estas trocas realizavam-se com a mediação do grupo Waiãpi do rio Cuc, estrategicamente situado do ponto de vista geográfico e cultural, como grupo intermediário.

A área ocupada pelos Waiãpi apresenta-se como uma região de floresta tropical densa, com ocorrência de pequenos campos naturais nas margens do alto rio Jari. Em toda a região vigora um clima super úmido equatorial, com um período de chuvas de janeiro a julho e de seca de julho a dezembro. A região é extremamente acidentada com zonas alagáveis e pantanosas. A área indígena situa-se em duas bacias hidrográficas, bem distintas ecologicamente: a bacia do Jari, considerada mais rica em flora e fauna, e a bacia do Amapari. Predominam cursos d´água insignificantes e praticamente todos encaichoeirados.

As roças Waiãpi são bastante amplas, com extensão média de 4000m². Dentre as principais plantas cultivadas pelo grupo estão: mandioca, milho, cará, batata doce, cana de açúcar, banana, abacaxi, feijão, mamão, caju, amendoim, abóbora, pimenta, cacau, limão, laranja, pupunha etc. A coleta da pupunha, de laranjas, de cacau e caju tem um lugar essencial na subsistência Waiãpi e se situa entre a agricultura e a simples coleta. Os Waiãpi associam as atividades de caça e pesca, que também estão ligados à coleta, pois quando saem para a mata os índios vão exercer todas as atividades
durante a mesma expedição. Estão também relacionadas pelos percursos normalmente utilizados, e as zonas de maior abundância geralmente são fartas tanto em mamíferos terrestres como em peixes e produtos de coleta. A ergologia Waiãpi inclui a confecção de instrumentos e recipientes ligados à subsistência e de objetos de adorno. As matérias primas usadas para produção de artefatos incluem produtos silvestres e produtos que cultivam nas suas roças: da mata retiram fibras, cipós, penas de pássaros, tabocas, sementes, madeiras, resinas, folhas de palmeira etc.

Depoimentos