Terra Indígena Uaça

Ficha Técnica

Nome
Terra Indígena Uaça
Objetivo
Modalidade
Manejo/criação de fauna
Principais Atividades
Resultados
Mecanismos
Instrumento(s)
Etnomapeamento
Bioma(s)
Amazônia
Etnia
Karipuna do Amapá
Entidade executora
Entidade financiadora
Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque –APIO; Associação Galiby Marworno -AGM; Organização dos Professores Indígenas do Oiapoque –OPIMO; Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque - CCPIO
Comunidades envolvidas
Açaizal, Ahumã, Amonmi, Anawerá, Aruatu, Bastiõn, Curipi, Encruzo, Espírito Santo, Estrela, Flexa, Igarapé da Onça, Japiim, Jõndef, Kamuyuá, Kariá, Kumarumã, Kumenê, Kwikwit, Manga, Mamgue, Paxiubal, Piquiá, Pwaytyekety, Samaúma, Santa Isabel, Taminã, Tawarhu, Tawary, Tukay, Txipdôn, Urubu, Ywauká, Zakarias.
Contato
Palavras-chave

História

Por volta de 1980, o governo do território concluiu a abertura da BR-156, rodovia que liga Macapá à Oiapoque, num trecho que corta a terra indígena Uaçá em mais de trinta quilômetros. Devido este fator, o governo do território e FUNAI, estabeleceu um “termo de compromisso ” no qual, o governo compromete-se a construir ramais rodoviários ligando as sedes dos postos indígenas à BR-156, repor as terras envolvidas pela construção da rodovia, indenizar danos materiais do patrimônio indígena, e construir postos de vigilância ao longo da BR-156. Sobre o cumprimento desse “termo de
compromisso” pode-se adiantar que o governo construiu um ramal rodoviário entre a aldeia Manga e BR-156 e dois postos de vigilância ao longo da rodovia (Relatório de Identificação, 1983). A construção da ponte bi-nacional que ligará as cidades de Oiapoque, Brasil, a São Jorge na Guiana Francesa, com inauguração prevista para 2012, tornará mais ágil e intenso o processo de urbanização e exploração dos recursos naturais no entorno da T.I. Parte significativa da TI Juminã é fronteiriça com o Rio Oiapoque, já amplamente explorado sem nenhum tipo de ação administrativa por parte do poder público. Encontra-se em curso o processo para instalação de atividades para exploração petrolífera costeira, em área de influência do
sistema de maré dos rios Oiapoque e Uaçá. Há sobreposição da T.I.com o Parque do Cabo Orange.

A região permanentemente inundável que cerca as ilhas, compreende ampla área de depósito de sedimentos argilosos trazidos pelo rio Uaçá e seus afluentes que em contato com a água salobra, que sobe com a maré até as ilhas, constituindo as camadas superficiais. As camadas inferiores possivelmente têm sua origem, como toda a costa do Amapá nos sedimentos amazônicos depositados pela corrente marítima. Os solos hidromórficos com argilas em estado de suspensão na parte superficial, muito baixa densidade e com possível ocorrência de compostos de enxofre, possui um possível aproveitamento pela constituição da pastagem aquática atual.

A cidade brasileira de Oiapoque e guianense de Saint Georges funcionam como pólos de atração para índios de Uaçá, pois, nesses centros urbanos eles vendem farinha, peixes, artesanato, compram gêneros alimentícios. Embora os índios de Uaçá produzam toda farinha consumida em Oiapoque os Karipuna ainda produzem banana e concorrem com grande quantidade de peixes e ovinos. Entre setembro e fevereiro, as famílias Karipuna preocupam-se em preparar roças familiares e coletivas. São preparados cerca de 10.000m² de mata com cultivos de mandioca, banana, cará, batata doce, cana, tabaco e outros gêneros alimentícios. Invariavelmente a dieta dos Karipuna inclui peixes, pois, o rio Curipi e seus afluentes são piscosos e
ano inteiro. Além disso, os rios da área indígenas Uaçá sofrem efeitos da maré do oceano atlântico e nessas ocasiões, isto é, quando a maré sobe, há presença de água salgada no leito dos rios; conseqüentemente altera-se as condições ideais de sobrevivência dos peixes de água doce que emergem atordoados e são flechados ou recolhidos com auxílio de malhadeiras. No fim da estação seca os Karipuna pescam em grupo com auxílio de timbó e, o ano inteiro com anzóis e malhadeiras. Na agricultura, a mandioca é a maior fonte de riqueza. Todos os índios plantam uma variedade de mandioca amarela que tem valor comercial tanto em Oiapoque como em Saint Georg (Guiana Francesa). A cultura da banana e da laranja, embora em menor escala, também se constituem em fonte de divisas. Ainda são plantadas culturas como abacaxi, abóbora, cana- de- açúcar, batata doce, café e fava.

Depoimentos