Terra Indígena Jumina

Ficha Técnica

Nome
Terra Indígena Jumina
Objetivo
Modalidade
Manejo/criação de fauna
Principais Atividades
Resultados
Mecanismos
Instrumento(s)
Etnomapeamento
Bioma(s)
Amazônia
Etnia
Galibi Karipuna do Amapá
Entidade executora
Entidade financiadora
Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque -APIO; Associação Galiby Marworno –AGM; Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque - CCPIO
Comunidades envolvidas
Galibi: Kumarumã, Tukay, Uahá, Samaúma, FlechaKaripuna: Manga, Espírito Santo, Santa Izabel e Açaizal, Inglês, Mahipá, Txipidon, Paxiubal, Bastião, Campinho, Kutiti, Tauahu, Xato, Bovis, Taminã, Japim, Piquiá, Curipi, Estrela, Ariramba, Kunanã, Jondef, Arumã, Encruzo, Karia
Contato
Palavras-chave
Formação de Agentes Ambientais Indígenas, Etnoconservação de Quelônios

História

A construção da ponte bi-nacional que ligará as cidades de Oiapoque, Brasil, a São Jorge na Guiana Francesa, com inauguração prevista para 2012, tornará mais ágil e intenso o processo de urbanização e exploração dos recursos naturais no entorno da T.I. Parte significativa da TI Juminã é fronteiriça com o Rio Oiapoque, já amplamente explorado sem nenhum tipo de ação administrativa por parte do poder público. Encontra-se em curso o processo para instalação de atividades para exploração petrolífera costeira, em área de influência do sistema de maré dos rios Oiapoque e Uaçá.

A T.I. encontra-se em ilhas formadas por sedimentos terciários e parte em áreas altas de solos desenvolvidos de rochas pré- cambrianas. Os solos são no geral concrecionários e podzólico vermelho. Amarelo concrecionário com algumas partes de litossolos e afloramento de rochas. O relevo ondulado, e a alta quantidade de concreções lateríticas fósseis condicionam um aproveitamento para agricultura, muito limitado.

A maior parte da área ocupada pelos índios é formada por campos alagados. Os únicos locais propícios para o desenvolvimento de atividades agrícolas são as ilhas e as encostas das montanhas. Tanto Galibi quanto Karipunas fazem suas roças, separadamente, na encosta da montanha Cunanã. Em agosto iniciam os trabalhos de roçagem do terreno. Em setembro e outubro fazem a derrubada e a queimada, e em novembro começam o plantio. Plantam mandioca, macaxeira, milho, cará, inhame, batata-doce, feijão, quiabo, jerimum, maxixe, pepino, banana, melancia, cana-deaçúcar,
ananás, café, gengibre, cabaça e taboca, para confeccionar flechas. Na aldeia, ao redor das casas, plantam arvores frutíferas, na aldeia Galibi encontram-se pés de laranja, caju, manga, tangerina e pimenta, encontramos também pés de mamão, biriba, pupunha e arvores de cuia. A pesca é largamente praticada pelos índios, principalmente no verão, quando há maior fartura de peixes. Pescam no igarapé Juminá e no rio Oiapoque. Os peixes mais encontrados são: tucunaré, tamuatá, gijú, piranha, surubim, aruanã, acará, cuari, matupiri, aracu e macurá. Pescam também jacaré – tinga, jacaré – membeca, jacaré – açú, jacaré – coroa e tracajá. Nos campos costumam pegar peremas e cabeçudos, e apreciam muito os ovos desses quelônios. Praticam também a coleta de produtos da floresta como açaí, o patauá, a bacaba, o óleo de andiroba e copaíba, para uso medicinal, o guarumã, para confecção de peneiras, e o junco, para fabricação de esteiras. Esses produtos são encontrados nas ilhas dos campos alagados e na montanha Cunanã. Na fabricação artesanal destaca-se a confecção de esteiras, cestos, peneiras, panacus, arcos, flechas e cuias. Esses artefatos destinam-se tanto para o uso doméstico como para a comercialização.

Depoimentos