Terra Indígena Jaguapiré

Ficha Técnica

Nome
Terra Indígena Jaguapiré
Objetivo
Modalidade
Principais Atividades
- Projeto de Gestão Ambiental Sustentável e Integrada do Aqüífero Guarani. - Projeto: Agricultura/Produção de Alimentos. Meta: Feijão: plantio de 10ha com estimativa de produção de 10.000kg. Arroz: plantio de 10ha com estimativa de produção de 15.000kg. Milho: plantio de 60ha com estimativa de produção de 216.000kg. Mandioca: plantio de 50ha, com estimativa de produção de 1.250 toneladas. Amendoim: plantio de 05ha, com estimativa de produção de 2.000kg – PAT- 2011. - Projeto de educação ambiental para escolas indígenas Sassaró e Jaguapiré- município de Tacuru. O projeto busca tratar temas de educação ambiental como sustentabilidade, reciclagem e aquecimento global nas escolas através da distribuição do livro “Educando com Energia” e de atividades como música, teatro e dança – 2011.
Resultados
- Projeto que inclui Plantio de arvores, recuperação de nascentes, sustentabilidade: agricultura para subsistência familiar da aldeia Jaguapiré (mandioca, feijão, abóbora, arroz ) Reflorestamento. Hortas comunitárias, criação de animais domésticos para consumo, geração de renda e transporte (cabalo).
Mecanismos
Instrumento(s)
Bioma(s)
Pantanal
Etnia
Guarani Kaiowá Guarani Ñandeva
Entidade executora
Entidade financiadora
Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
Comissão dos Professores Indígenas Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul
Comunidades envolvidas
Contato
Palavras-chave
Educação Ambiental

História

A T.I. limita-se, a sudoeste, pelo rio Puitã, a nordeste, por seu afluente Nhu Guacu. O lado noroeste, finalmente, é formado pelo diminuto subafluente Jaguaripé com sua cabeceira ligada por uma linha seca até a margem esquerda do rio Puitã, tributário do Iguatemi. Como ocorreu com as demais comunidades daquela região, foram seus integrantes, por muitas décadas, explorados pela empresa Mate Laranjeira que tinha no rio Iguatemi um porto para o embarque de sua produção ervateira, realizada com a mão de obra indígena. Tratava-se do Porto Sassoró e, em função do movimento ali realizado, as famílias das diversas comunidades recrutadas para o trabalho erguiam seus acampamentos, que posteriormente, em função dos Interesses da Mate Laranjeira e do SPI, pela praticidade do atendimento, serviram de base e pretexto para a demarcação da Reserva Sassoró em 1930, forçando a atração de famílias de outros Tekoha próximos, quando ali existiam apenas poucas famílias abrigadas em choupanas provisórias. Portanto, não procede qualquer alegação de que as famílias de Jaguapiré tivessem emigrado de Sassoró, pois historicamente o que ocorreu foi o oposto, sendo o caso de Jaguaripé um dos mais recentes.

Predomínio de monocultivo de soja no entorno da TI e intenso desmatamento, por parte dos fazendeiros, próximo ao córrego que atravessa a área de usufruto dos índios (desmatamento de APP). Há problemas com fogo na TI, erosão e assoreamento do rio Nhu Guaçu.
A família extensa Guarani tem no seu Tekohá o seu lugar e nenhum outro poderá substituí-lo plenamente. Sempre foi, portanto, desastroso forçá-los a conviver em terras de outras famílias como historicamente se teima em fazer. Dentre as principais razões destaca-se: o desequilíbrio político: as famílias tradicionais anfitriãs consideram-se as mais importantes, não admitindo que aquelas, oriundas de outros Tekoha, venham rivalizar-se em seus direitos ,por sua vez, as que tiverem sido acolhidos, cientes dos costumes, têm que, evidentemente, conformar-se com suas limitações, criando assim, um desequilíbrio nas relações interfamiliares Guarani. Esse é um dos motivos pelos quais muitas famílias recusaram ser transferidas, preferindo ficar próximas de sua terra, ainda que dela desalojadas. Jaguaripé, portanto, é um dos vários Tekoha cujas famílias integrantes, permaneceram vivendo das roças e do trabalho braçal nas próprias fazendas (changa).

Depoimentos