Terra Indígena Ibirama
Ficha Técnica
- Nome
- Terra Indígena Ibirama
- Objetivo
- O projeto consiste em encadear ações de pesquisa, de saberes tradicionais, de troca de material vegetal e ATER entre os guarani, de forma a fortalecer a agrobiodiversidade étnica, além de dar visibilidade às autoridades públicas sobre a produção de alimentos tradicionais. Propõe ações junto às 21 aldeias de Santa Catarina, localizadas em 11 municípios, através do público beneficiário direto de 449 indígenas e do público beneficiário indireto 262 famílias, ou 1140 indígenas de etnia guarani. Os indígenas de Missiones e da Aldeia de Ocoy (PR) também constituem público beneficiário indireto.
- Modalidade
- Agrobiodiversidade
- Principais Atividades
- - Plantio e comercialização de eucalipto para geração de renda/ FUNAI. - Projeto de Etnogestão para piscicultura e reflorestamento. - Projeto de padaria comunitária / segurança alimentar. - Projeto: Fortalecimento da Agrobiodiversidade Guarani: Ações de intercâmbio de espécies vegetais entre aldeias de Santa Catarina. - Capacitação na Área de Desenvolvimento Sustentável e Revitalização Cultura. - Produção de mel. - Recuperação de área degradada (aldeia Sede)
- Resultados
- Mecanismos
- Instrumento(s)
- Bioma(s)
- Mata Atlântica
- Etnia
- Guarani Kaingang Xokleng
- Entidade executora
- Entidade financiadora
- Assoc. Indígena(s) envolvida(s)
- Associação Comunitária da Aldeia Bugio; Associação Comunitária da Aldeia Toldo
- Comunidades envolvidas
- Contato
- Palavras-chave
- Segurança Alimentar, Piscicultura, Revitalização Cultural, Agrobiodiversidade, Mel
História
Os processos de urbanização ameaçam os limites da T.I., cuja ampliação da área está prevista, porém a demarcação não foi efetivada em decorrência de pressões políticas da cidade localizada no entorno. Há sobreposição com ARIE Serra das Abelhas, cujo processo prevê a desintrusão de 724ha. São constantes as invasões de caçadores e pescadores no interior da T.I. Existe corte de madeira nativa para vender como lenha, praticada pelos próprios indígenas. No entorno da área declarada está localizado um assentamento. A empresa Batistela faz o reflorestamento de Pinus e Eucalipto dentro da
área delimitada. Uma barragem de contenção de cheias inundou grande parte da T.I., dividindo-a em duas partes, e dificultando sobremaneira os acessos, fluxos e trocas.
A TI possui recursos hídricos abundantes, nascentes, rios e represa artificial. Boa parte da barragem está assoreada, com uma rasa lâmina d’água. O histórico de desmatamento do passado comprometeu as áreas de floresta. Estima-se que 80% da área esteja em processo de recomposição florestal nativa. Nas margens do rio Itajaí Norte, antigo local das residências e roças indígenas, não consta mata ciliar, apresentando pontos de erosão. A disponibilidade de recursos naturais para alimentação e artesanato é limitada. Há forte pressão indígena sobre os remanescentes florestais e pressão externa sobre os recursos naturais na fronteira da T.I. com fazendas. Nos anos 1970 e 1980 as madeiras nobres da terra indígena foram totalmente extintas. Nas imediações da T.I. existem duas unidades de conservação, sendo uma federal e a outra estadual.
A alimentação das comunidades provêm de cestas básicas e distintas fontes de renda (bolsa família, assalariamento, aposentadorias, comercialização do eucalipto, etc), além de pequenas roças de subsistência, com cultivos de milho, mandioca, feijão e batata doce. Também há frutíferas em todas as aldeias e nas áreas de domínio das famílias. Uma das principais fontes de renda é a comercialização do eucalipto, visto que todo o mercado da área do entorno é propício para a assimilação deste produto. Existe coleta de palmito, frustras silvestres, matéria prima para artesanato (Guarani e
Kaingang), como sementes, taquaras e cipós. A coivara é uma prática recorrente na área. Queimam uma vez ao ano, após o mês de agosto. Não são raras as vezes as quais o fogo extrapola a área que se pretendia queimar inicialmente. Não existem grupos com características técnicas de brigada, apesar de as famílias se responsabilizarem pela condução e cuidados gerais do processo. Existe fauna silvestre e os indígenas caçam animais como: cateto, paca, tatu, quati, veado campeiro, etc. É feita a coleta seletiva de lixo e os indígenas apresentam bons índices de separação dos resíduos. Entretanto a quantidade de lixo, principalmente plásticos, ainda é significativa. Existem quatro escolas dentro da TI, sendo uma delas Guarani, e todas praticam a educação bilíngüe. A influencia pentecostal é intensa, dentro da T.I., que contém dezesseis igrejas evangélicas.